segunda-feira, 19 de dezembro de 2011


Atividades físicas trazem benefícios também ao cérebro

A prática de exercício ativa a memória, reduz a ansiedade, dá prazer e alivia a tensão do cérebro

Publicado em 17/10/2011 

NataçãoPraticar exercícios diminui o risco de AVCs
Foto: Getty Images

Que a prática de esportes faz bem para o corpo, tonifica os músculos e melhora a capacidade respiratória, todo mundo já sabe. Mas os cientistas descobriram que, muito além dos benefícios para o corpo, os exercícios são ótimos para a saúde do cérebro. Fazer artes marciais, dança, natação, e outros esportes favorece o bombeamento de sangue, o que indica mais oxigênio pelo corpo, inclusive para as células da massa cinzenta. Isso significa que quem faz exercícios físicos regularmente tem risco menor de sofrer AVCs (acidentes vasculares cerebrais).

Os exercícios aeróbicos também estimulam a criação de novos neurônios, o que era impensável até o fim dos anos 90, quando se acreditava que nascíamos com uma quantidade certa de neurônios (cerca de 86 milhões) e que esse número só diminuiria com os anos.

"Além de possibilitar o ganho de novos neurônios, o exercício aumenta a capacidade deinteração e comunicação entre eles, que é o que chamamos de sinapse", afirma Li Li Min, professor do Departamento de Neurologia da Unicamp. Isso quer dizer que os exercícios físicos não só aumentam a quantidade de jogadores em campo no cérebro (que seriam os novos neurônios) como também melhoram a qualidade do passe entre eles (sinapse).

Os pesquisadores coordenados por Min analisaram imagens cerebrais de oito lutadores de judô, oito corredores de maratonas de longa distância e 20 sedentários. E perceberam um aumento namassa cinzenta daqueles que praticavam esportes.

"A pesquisa serviu para mostrar a capacidade adaptativa do cérebro aos exercícios. Se a prática de esportes pode influir inclusive na plasticidade da massa cinzenta, fazendo com que áreas do cérebro se desenvolvam mais, isso indica que os benefícios das atividades físicas são mesmo inegáveis à mente", diz Min.

Assim como a questão dos neurônios, o aumento da massa do cérebro era outro tabu: acreditava-se que ela só podia ser desenvolvida por algumas doenças que fariam o órgão se tornar maior em alguma parte. O estudo do professor Min mostrou que, como qualquer músculo do corpo, o cérebro também pode "ganhar massa", dependendo da região à qual aquela prática esportiva está associada.

quinta-feira, 15 de dezembro de 2011

"Falando sobre dor"

Epiduroscopia



A epiduroscopia, também chamada de endoscopia espinhal epidural, ou mieloscopia epidural, é um procedimento endoscópico em que o espaço epidural é explorado para o diagnóstico e tratamento intervencionista de dor na coluna, principalmente a dor radicular.
Nesta técnica minimamente invasiva, usando um cateter fino com uma câmera de fibra ótica, examina-se as estruturas anatômicas epidurais para localizar adesões e fibroses com a finalidade de prover tratamento direcionado e preciso.
*Qual é o objetivo de uma epiduroscopia?
A epiduroscopia tem duas finalidades. A primeira é a identificação e visualização dos locais exatos de tecido fibroso e a consequente determinação da severidade da fibrotização. Frequentemente o tecido fibrotizado forma em torno das raízes nervosas depois de intervenções cirúrgicas ou de traumas graves. A identificação das áreas com fibrose permite ao médico apresentar as melhores opções para o alívio da dor.
A segunda é para injeção de anestésicos locais e antiinflamatórios em torno das raízes nervosos quando métodos mais conservadores foram mal-sucedidos.
Ficarei sedado durante o procedimento?
Sim. Este procedimento é realizado sob anestesia local. Pacientes também são levemente sedados para ajudá-los a melhor tolerar o procedimento. O grau de sedação depende do grau de tolerância a dor do paciente.
Quanto tempo o procedimento demora?
A injeção em si leva somente uma hora; no entanto, o paciente precisa ficar internado por uma noite.  O médico o vê no dia seguinte e realiza uma segunda injeção.
O que é injetado?
Esta injeção geralmente consiste de um anestésico local e um antiinflamatório.
Como é feito o procedimento?
O paciente é deitado de bruços. O médico intervencionista utiliza a fluoroscopia para localizar a área que, na opinião dele, está causando o problema. Insere então um cateter fino com câmera epiduroscópica de fibra ótica. O médico avança a câmera, o tempo todo guiado por fluoroscopia, até chegar na área onde está localizado o tecido fibrotizado. Uma vez estabelecido o local correto, o tecido fibrotizado é desfeito aos poucos. Fibrose extensiva ou resistente pode não responder a esse procedimento. Anestésico local e antiinflamatório também são injetados em torno das raízes nervosas inflamadas.
Em muitos casos, seu médico pode recomendar que este procedimento seja feito em conjunto com um procedimento caudal com cateter. Mas, isto fica para outra explicação.
O paciente precisará de alguém para levá-lo para casa. Aconselha-se que o paciente repouse por no mínimo um dia pós-procedimento e que realize atividades dentro dos seus limites. Poderá observar que a dor aumenta depois do procedimento. Isto é normal e temporária. O gelo pode ser utilizado para aliviar qualquer dor no local da injeção. Também, o paciente deve tomar o analgésico. Não se deve aplicar calor pelo resto do dia. Também, não se deve tomar banho de banheira ou ficar imerso em água.
Posso trabalhar normalmente no dia seguinte?
A maioria dos pacientes podem voltar ao trabalho em uma semana depois do procedimento.
Quanto tempo dura o efeito da medicação?
Inicialmente poderá sentir a dor aumentar, mas os efeitos benéficos duram de vários dias até meses.
Quais são os riscos e efeitos colaterais?
Como é o caso com todo procedimento, há risco, efeito colateral e a possibilidade de complicações. O efeito colateral mais comum é dor – que é temporária. Para saber dos outros riscos, fale com a enfermeira da equipe multidisciplinar que está cuidando de você.
Obs.: Este procedimento não pode ser  realizado se você estiver com infecção, gripe, resfriado, febre ou crise hipertensiva. Informe seu médico em qualquer um desses casos.
*Fonte das perguntas e respostas: http://www.lubbockpaindoc.com/epiduroscopy.pdf
Tradução livre: Camille Khan

http://www.mundosemdor.com.br/epiduroscopia/?utm_source=feedburner&utm_medium=email&utm_campaign=Feed%3A+mundosemdor+%28Mundo+Sem+Dor%29

quarta-feira, 21 de setembro de 2011

"Mais notícias sobre a Doença de Alzheimer"

É só clicar no endereço abaixo e ler.

http://msn.minhavida.com.br/conteudo/13665-siga-6-rastros-do-alzheimer-antes-que-ele-se-revele.htm

"Dia Mundial da Doença de Alzheimer"

Hoje, 21 de setembro, Dia Mundial da Doença de Alzheimer.


Adiando os sintomas de Alzheimer com treinamento cerebral

Adiando os sintomas de Alzheimer com treinamento cerebralA doença de Alzheimer é uma das mais temidas na atualidade, pois trata-se de uma doença que afeta o cérebro e causa a perda progressiva e irreversível das funções mentais. Como forma de alertar o mundo, o dia 21 de setembro foi eleito o Dia Mundial da Doença de Alzheimer e, nesta época do ano, várias associações ao redor do mundo realizam atividades para informar a população sobre a doença.
Essa mobilização é importante porque um relatório divulgado pela Alzheimer Disease International indica que 75% dos portadores de Alzheimer não são diagnosticados e, consequentemente, não são orientados em como amenizar seus sintomas. Estima-se que 36 milhões de pessoas convivam com o problema no mundo.
Apesar de ainda não haver cura, pesquisadores têm descoberto que é possível adiar o aparecimento dos sintomas da doença de Alzheimer e, com isso, proporcionar qualidade de vida aos pacientes por mais tempo. Um estudo conduzido por uma equipe canadense de pesquisadores encontrou novas evidências de que o treinamento cerebral em idosos pode melhorar significativamente a memória e adiar os primeiros sintomas da doença de Alzheimer em 2 a 3 anos.
Os resultados publicados na revista Brain – A Journal of Neurology indicam que a esperança para idosos com risco de desenvolverem Alzheimer pode estar na plasticidade cerebral. De acordo com autora principal deste estudo, a Dra. Sylvie Belleville, da Universidade de Montreal, pensava-se que aplasticidade cerebral diminuía com a idade, entretanto o estudo demonstrou que esse não é o caso, mesmo nos estágios iniciais da doença de Alzheimer.
A hipótese que ficou comprovada com este estudo é de que certas células tradicionalmente envolvidas em outros processos do cérebro poderiam temporariamente ser recrutadas para auxiliar através de um simples programa de treinamento de memória, uma vez que elas ainda não haviam sido atingidas pela doença.
Os pesquisadores trabalharam com trinta idosos, sendo 15 saudáveis e 15 com comprometimento cognitivo leve (CCL), uma condição marcada por problemas de memória suficientes para serem notados e mensurados, mas ainda sem comprometer a independência da pessoa. As pessoas com CCL possuem um risco 10 vezes maior de desenvolverem a doença de Alzheimer.
Utilizou-se exames de ressonância magnética funcional para analisar a atividade cerebral nos dois grupos seis semanas antes do treinamento de memória, uma semana antes e também uma semana depois do treinamento. Antes do treinamento de memória, os exames mostraram atividade em áreas tradicionalmente associadas à memória e, como era esperado, uma atividade menor foi observada no grupo com CCL.
Após o treinamento, os exames dos idosos com CCL mostraram atividade aumentada nas áreas tradicionalmente associadas à memória, mas também em novas áreas do cérebro geralmente associadas ao processamento da linguagem, à memória espacial e de objetos, e ao aprendizado. Basicamente, a área saudável do cérebro assumiu novas funções no lugar da área comprometida.
Com isso, não apenas os pesquisadores conseguiram observar esse compartilhamento de tarefas entre áreas distintas do cérebro, mas também notaram uma melhora de 33% no número de respostas corretas dadas pelas pessoas com CCL durante uma tarefa de memória após o treinamento.
programa de treinamento de memória utilizado foi desenvolvido para ajudar as pessoas com CCL a desenvolver estratégias, como o uso de mnemônicos, e promover a codificação e resgate, como através de listas de palavras, utilizando áreas alternativas do cérebro.

Fonte: http://cerebromelhor.com.br/novidades.asp

quinta-feira, 8 de setembro de 2011

"E depois da corrida, o que comer?"


Saiba quais são os principais alimentos que devem ser ingeridos após os treinamentos, momento em que o corpo precisa repor as energias e recuperar a musculatura


Por Fernanda Silva

Muito se fala sobre o que deve ser ingerido antes da corrida, para garantir a energia necessária para o exercício, como os alimentos ricos em carboidratos, por exemplo. Mas e após os treinos, como deve ser a refeição do atleta? Para isso, o O2 Por Minuto, com ajuda de nutricionistas, montou algumas refeições ideais para depois da atividade física. Após o treinamento de corrida é essencial que o atleta consuma alimentos ricos em carboidratos simples, de alto índice glicêmico, para uma rápida absorção.

“Os pães, especialmente o pão branco, as massas, como o talharim (mais moles) são ótimas para repor as reservas energéticas consumidas durante o treinamento”, indica a nutricionista Aline Castro. Assim, o corredor irá repor suas reservas de glicogênio – perdido durante a corrida, e melhorar o processo de recuperação. Outros alimentos, como uvas passas, banana, melancia, abacaxi, batata (purê), e arroz também fornecem energia ao organismo. Porém, deve-se ficar atento à quantidade, pois o corpo pode acumular esse carboidrato como gordura, o que é prejudicial ao desempenho.

Outro nutriente que não pode faltar na refeição pós-treino é a proteína, encontrada em alimentos como leite, frango, carnes magras e peixes. Esse consumo auxilia na reconstrução da musculatura e fibras rompidas durante o exercício e na recuperação para os próximos treinos. Entretanto, é ideal que essa fonte de proteína seja magra, pois a gordura dificulta a digestão e absorção dos nutrientes. “Portanto, queijos brancos, leite desnatado, peito de frango, filé de peixe são as melhores pedidas. Se utilizar embutidos, os à base de carne de aves, como peru e chester, são mais indicados”, explica Aline.

Para uma refeição, como um lanche da manhã ou da tarde, cereal integral com leite desnatado e castanhas do Pará (cerca de três unidades picadas) é uma combinação excelente. “O cereal irá repor o carboidrato necessário e o leite fornece proteínas que, quando ingeridas junto com o carboidrato, promovem uma recuperação muscular mais efetiva”, indica a nutricionista Tarcila Beatriz Ferraz de Campos. “Já a castanha do Pará fornece vitaminas antioxidantes que melhoram a recuperação, além de ajudar a combater os radicais livres”, complementa Tarcila.

Para depois dos treinos longos
Quando o esforço e o desgaste físico são maiores, a alimentação depois da corrida não precisa mudar, é necessário apenas aumentar a quantidade de ingestão de carboidratos e proteínas. “Por exemplo, aumentar o prato de macarrão talharim, com molho ao sugo, carne moída ou peito de frango e uma salada com legumes e verduras. De sobremesa, o ideal é uma fruta”, aconselha Aline.

A nutricionista Tarcila ainda indica mais opções: nos treinos matinais, uma vitamina com iogurte, banana, mel e aveia, repõe os nutrientes perdidos durante o treino. Outra pedida é um sanduíche de pão sírio com queijo cottage, peito de peru, tomate e pepino. “As duas refeições irão repor o carboidrato, o que vai recuperar o glicogênio muscular, proteína magra para fornecer os aminoácidos necessários para recuperação, e ainda com pouca quantidade de gordura saturada”, explica Tarcila.

Após a musculação
Apesar do gasto calórico e o desgaste físico nos treinamentos de musculação ser menor, a musculatura também precisa de recuperação. Portanto, quanto melhor for a ingestão de nutrientes necessários, mais eficaz será o processo de reconstrução das fibras musculares. O único cuidado a ser tomado é em relação ao valor calórico – principalmente para aqueles que estão controlando o peso. Por isso, uma boa pedida são os pães e massas integrais.

Uma dica de cardápio da nutricionista Tarcila para depois dos treinamentos de musculação é uma refeição com carboidrato, como o arroz integral e um filé de salmão grelhado - fonte de proteínas com boas gorduras essenciais e ômega 3. E para completar a ingestão dos minerais necessários para uma boa recuperação, o atleta pode incrementar o prato com vegetais cozidos, preferencialmente, no vapor.


segunda-feira, 5 de setembro de 2011

"Estágios pré-clínicos da Doença de Alzheimer"





Ainda na década de 90, iniciaram-se os primeiros estudos de grande impacto que apontavam para a necessidade de identificação de indivíduos com maiores riscos de desenvolvimento da Doença de Alzheimer (DA). As grandes novidades da década de 90 vieram pelo estabelecimento do termo “Mild Cognitive Impairment” (em português, Comprometimento Cognitivo Leve [CCL]), oriundo de estudos que mostravam que indivíduos com declínio de memória que, entretanto, ainda não apresentavam demência, tinham maiores chances de desenvolver DA num seguimento.

Conforme os estudos foram sendo realizados, observou-se que os critérios utilizados (baseados inicialmente em publicações de Petersen, com foco principal em funcionamento de memória) formavam grupos de pacientes bastante heterogêneos – alguns indivíduos nunca evoluíam para demência, outros regrediam e voltavam a funcionar “normalmente”, outros evoluíam para demências de tipos não-Alzheimer (vascular, Lewy, Fronto-temporal etc). O foco dos estudos tomou diversos caminhos, passando a permitir declínio de outras funções – que não memória – e dividindo o CCL em subtipos (tipo amnéstico, não-amnéstico ou múltiplos domínios), dependendo da função cognitiva afetada.

Se o foco inicialmente era apenas o funcionamento cognitivo, os estudos mais recentes que seguem na busca da identificação de estágios pré-clínicos da DA focam no desenvolvimento de novos critérios para um “MCI due do Alzheimer Disease” (CCL devido à Doença de Alzheimer), propondo combinação de informações vindas de perfil neuropsicológico, exames de imagem (Ressonância magnética, por exemplo), biomarcadores que podem ser encontrados no líquor (líquido que tem como uma de suas funções proteger o cérebro de lesões) e características genéticas do indivíduo. O perfil neuropsicológico mais sugestivo do que atualmente os pesquisadores chamam de CCL devido à DA é muito parecido com aquele descrito por Petersen em 1999, isto é, declínio de memória comparativamente ao funcionamento anterior em indivíduo não-demente. A grande diferença é que a associação com as demais informações permite uma maior especificidade na identificação dos indivíduos de maior risco de progressão.

Estudos mostram que o início da doença em nosso cérebro ocorre anos antes de apresentarmos sintomas específicos, como por exemplo, déficits de memória. Isso significa dizer que aqueles indivíduos que atualmente podem ser identificados como portadores de CCL devido à DA já teriam a doença instalada há alguns anos. Sendo assim, o foco de grande parte dos estudos do “The National Institute on Aging and Alzheimer’s Association” tem como objetivo identificar aqueles indivíduos que desenvolverão DA, mas que ainda estão assintomáticos. A grande vantagem deste tipo de abordagem é permitir introdução de estratégias terapêuticas antes que haja grandes modificações cerebrais, o que possivelmente se associará a um melhor prognóstico.






domingo, 21 de agosto de 2011

" Tomar sol ajuda proteger neurônios"


Pouca vitamina D no organismo pode comprometer a função cognitiva

© DIEGO CERVO / SHUTTERSTOCK
Dermatologistas costumam alertar: para expor a pele aos raios solares é preciso aplicar protetor, o que evita câncer e envelhecimento precoce. Mas fugir do sol também traz consequências graves para o cérebro. Pesquisadores descobriram que a ausência de vitamina D no organismo pode comprometer funções cognitivas. Embora seja mais conhecida por promover saúde dos ossos e regular os níveis de cálcio, a vitamina desativa enzimas cerebrais que participam da síntese de neurotransmissores e do crescimento neuronal. Com essas descobertas, pesquisadores esperam que no futuro a vitamina ajude no tratamento de pacientes com Alzheimer.


“Sabemos que há receptores de vitamina D espalhados por todo o sistema nervoso central e hipocampo. Além disso, ela ativa e desativa as enzimas no cérebro e no fluido cerebrospinal envolvidas na síntese de neurotransmissores e no crescimento dos nervos”, explicou o pesquisador Robert J. Przybelski, da Escola de Medicina e Saúde Pública da Universidade de Wisconsin. Os estudos em animais e em laboratório sugerem que a substância pode proteger os neurônios e reduzir a inflamação.


Dois novos experimentos revelam mais novidades sobre o assunto. O primeiro, conduzido pelo neurocientista David Llewellyn, da Universidade de Cambridge, avaliou o índice da presença da vitamina em mais de 1.700 ingleses com mais de 65 anos. Os voluntários foram divididos em quatro grupos de acordo com os índices da substância encontrados no sangue: profundamente deficiente, deficiente, insuficiente e excelente; em seguida, foram testados quanto à função cognitiva. Os cientistas descobriram que, quanto mais baixos os níveis, maior o impacto negativo no desempenho na bateria de testes mentais. Se comparados a pessoas do grupo excelente, os que apresentavam valores mais baixos corriam mais risco de ter alguma deficiência mental.


O segundo estudo, conduzido por cientistas da Universidade de Manchester, na Inglaterra, concentrou-se nos níveis de vitamina D e no desempenho cognitivo de mais de 3.100 voluntários entre 40 e 79 anos em oito países europeus. As informações mostram que os participantes com níveis mais baixos demoraram mais tempo para processar informações. Essa correlação foi particularmente expressiva entre os homens com mais de 60 anos.


“O fato de essa relação ter sido estabelecida em larga escala e em um estudo com seres humanos é muito importante, mas ainda há muito a ser estudado. Embora saibamos que o baixo grau da vitamina está associado ao comprometimento mental, não descobrimos se os altos reduziram a perda cognitiva”, salienta Przybelski.


Pelo fato de o comprometimento cognitivo ser, em geral, precursor da demência e do Alzheimer, a vitamina D é tema em constante discussão entre os cientistas que tentam responder a essas questões. Przybelski, por exemplo, planeja um estudo sobre isso para verificar se afetará a incidência de Alzheimer em longo prazo. Então, quanto de vitamina D é suficiente? Alguns especialistas dizem que de 15 a 30 minutos de exposição ao sol, de duas a três vezes por semana, seria o ideal para adultos saudáveis. É importante lembrar que fatores como a cor da pele, o local de residência e a área exposta ao sol afetarão o volume de vitamina D produzido por cada um.



Fonte: Mente e Cérebro
Edição:214
Ano: Novembro 2010

terça-feira, 16 de agosto de 2011

"Estudo aponta sete medidas para evitar Alzheimer"


Pesquisadores americanos divulgaram a lista de sete medidas que poderiam evitar milhões de casos do mal de Alzheimer em todo o mundo.

Os sete fatores são ligados a estilo de vida: não fumar, ter uma dieta saudável, prevenir o diabetes, controlar a pressão arterial, combater a depressão, fazer mais atividades físicas e aumentar o nível de educação.

De acordo com o estudo dos cientistas da Universidade da Califórnia, em São Francisco, a metade dos casos da doença no mundo se devem a falta destas medidas de saúde e basta uma redução de 25% nos sete fatores de risco para evitar até 3 milhões de casos.

Os detalhes da investigação foram divulgados na revista científica The Lancet e apresentados na Conferência Internacional da Associação de Alzheimer, que ocorre em Paris.
Causas
As causas do mal de Alzheimer, forma mais comum de demência, ainda não são totalmente conhecidas. Mas, os estudos demonstraram que vários fatores estão ligados à doença, incluindo fatores genéticos, idade e estilo de vida.

Pesquisas já realizadas mostraram que vários fatores de risco podem ser modificados para evitar a doença, como por exemplo, doenças cardiovasculares, níveis de atividade física, estímulo mental e dieta.

Mas, até o momento, não estava claro até que ponto uma pessoa poderia evitar o Alzheimer modificando algum destes fatores de risco.

Para conseguir esta resposta, os pesquisadores usaram um modelo matemático sobre os riscos do Alzheimer no mundo todo.

Com este modelo, os cientistas calcularam a porcentagem global de casos de Alzheimer que poderiam ser atribuídos a diabetes, hipertensão, obesidade, tabagismo, depressão, baixo nível de educação e falta de atividade física.

Os resultados mostraram que a metade dos casos da doença no mundo parecem ser causados por estes fatores, que estão ligados ao estilo de vida e podem ser modificados.
Educação
O fator que parece causar a maior porcentagem de casos da doença, segundo os pesquisadores, é o baixo nível educacional (19%), seguido pelo tabagismo (14%), falta de atividade física (13%), depressão (11%), hipertensão na meia idade (5%), obesidade na meia idade (2%) e diabetes (2%).

Juntos, estes sete fatores de risco contribuem para os 17,2 milhões de casos de Alzheimer no mundo, o que corresponde a 51% dos casos globais da doença.

'Nos surpreendeu descobrir em nosso modelo que os fatores de estilo de vida, como o baixo nível educacional, falta de atividade física e tabagismo parecem contribuir para um número maior de casos de Alzheimer do que as doenças cardiovasculares', disse Deborah Barnes, que liderou o estudo.

'Mas isto sugere que mudanças relativamente simples no estilo de vida podem ter um impacto dramático no número de casos de Alzheimer no decorrer do tempo', acrescentou.

A pesquisadora destacou, no entanto, que estes são apenas cálculos matemáticos e serão necessários estudos mais amplos em várias populações para comprovar estes dados.

Mesmo assim, segundo os pesquisadores, estes cálculos são uma 'suposição importante ' e qualquer coisa que ajude a evitar a grande carga que esta doença significa para os serviços de saúde é positiva.

"Café e Hepatite C"


Café, um novo aliado no tratamento da hepatite C

A maioria dos brasileiros tem seu dia pontuado pelo café. Pela manhã, para acordar. Após o almoço, para “facilitar a digestão”. No final da tarde, como um lanche. Muitas pessoas dizem que não conseguem nem mesmo começar o dia sem ele. Mas você poderia imaginar que o café seria um aliado no tratamento da hepatite C?
Um grupo de pesquisadores do HALT-C, grupo de cooperação americano que estuda como se comporta a hepatite C e seus tratamentos, publicou recentemente uma pesquisa avaliando o impacto do consumo de café sobre o tratamento do vírus da hepatite C. Segundo os autores, os indivíduos tratados que consumiam pelo menos três xícaras de café ao dia apresentaram, ao final do tratamento, uma possibilidade de cura 64,3% maior do que aqueles que não consumiram o café.
O consumo de café já foi associado a melhores exames laboratoriais hepáticos, progressão mais lenta da doença do fígado e menor frequência de tumores primários, mas não se sabia, até aqui, qual seu impacto sobre o tratamento da hepatite C. Além da cafeína, o café possui mais de mil outros componentes, qualquer um dos quais poderia estar relacionado a esta observação. No entanto, com base nestes dados, é impossível afirmar que o mesmo possua alguma ação direta contra o vírus.
De uma maneira ou de outra, este importante estudo desmistifica a ideia popular que muitos tem de que o café possa ser maléfico ao fígado e abre a possibilidade de que este ritual genuinamente brasileiro possa ser muito melhor do que jamais imaginamos.
16/8/2011 16:23 | Dr. Guilherme Felga, hepatologista do Einstein
http://blog.einstein.br/post.aspx?id=170

sexta-feira, 12 de agosto de 2011

"Câncer de Mama"


Câncer de Mama

http://www.inca.gov.br/conteudo_view.asp?ID=336#topo


O câncer de mama é provavelmente o mais temido pelas mulheres, devido à sua alta freqüência e sobretudo pelos seus efeitos psicológicos, que afetam a percepção da sexualidade e a própria imagem pessoal. Ele é relativamente raro antes dos 35 anos de idade, mas acima desta faixa etária sua incidência cresce rápida e progressivamente.Este tipo de câncer representa nos países ocidentais uma das principais causas de morte em mulheres. As estatísticas indicam o aumento de sua freqüência tantos nos países desenvolvidos quanto nos países em desenvolvimento. Segundo a Organização Mundial da Saúde (OMS), nas décadas de 60 e 70 registrou-se um aumento de 10 vezes nas taxas de incidência ajustadas por idade nos Registros de Câncer de Base Populacional de diversos continentes.
No Brasil, o câncer de mama é o que mais causa mortes entre as mulheres. Consulte a publicação Estimativa de Incidência de Câncer no Brasil para 2008.

Sintomas
Os sintomas do câncer de mama palpável são o nódulo ou tumor no seio, acompanhado ou não de dor mamária. Podem surgir alterações na pele que recobre a mama, como abaulamentos ou retrações ou um aspecto semelhante a casca de uma laranja. Podem também surgir nódulos palpáveis na axila.

Fatores de Risco
História familiar é um importante fator de risco para o câncer de mama, especialmente se um ou mais parentes de primeiro grau (mãe ou irmã) foram acometidas antes dos 50 anos de idade. Entretanto, o câncer de mama de caráter familiar corresponde a aproximadamente 10% do total de casos de cânceres de mama. A idade constitui um outro importante fator de risco, havendo um aumento rápido da incidência com o aumento da idade. A menarca precoce (idade da primeira menstruação), a menopausa tardia (após os 50 anos de idade), a ocorrência da primeira gravidez após os 30 anos e a nuliparidade (não ter tido filhos), constituem também fatores de risco para o câncer de mama.

Ainda é controvertida a associação do uso de contraceptivos orais com o aumento do risco para o câncer de mama, apontando para certos subgrupos de mulheres como as que usaram contraceptivos orais de dosagens elevadas de estrogênio, as que fizeram uso da medicação por longo período e as que usaram anticoncepcional em idade precoce, antes da primeira gravidez.
A ingestão regular de álcool, mesmo que em quantidade moderada, é identificada como fator de risco para o câncer de mama, assim como a exposição a radiações ionizantes em idade inferior a 35 anos.

Detecção Precoce
As formas mais eficazes para detecção precoce do câncer de mama são o exame clínico da mama e a mamografia. 

O Exame Clínico das Mamas (ECM)
Quando realizado por um médico ou enfermeira treinados, pode detectar tumor de até 1 (um) centímetro, se superficial. O Exame Clínico das Mamas deve ser realizado conforme as recomendações técnicas do Consenso para Controle do Câncer de Mama.

A sensibilidade do ECM varia de 57% a 83% em mulheres com idade entre 50 e 59 anos, e em torno de 71% nas que estão entre 40 e 49 anos. A especificidade varia de 88% a 96% em mulheres com idade entre 50 e 59 e entre 71% a 84% nas que estão entre 40 e 49 anos.
A Mamografia
A mamografia é a radiografia da mama que permite a detecção precoce do câncer, por ser capaz de mostrar lesões em fase inicial, muito pequenas (de milímetros).

É realizada em um aparelho de raio X apropriado, chamado mamógrafo. Nele, a mama é comprimida de forma a fornecer melhores imagens, e, portanto, melhor capacidade de diagnóstico. O desconforto provocado é discreto e suportável.
Estudos sobre a efetividade da mamografia sempre utilizam o exame clínico como exame adicional, o que torna difícil distinguir a sensibilidade do método como estratégia isolada de rastreamento.
A sensibilidade varia de 46% a 88% e depende de fatores tais como: tamanho e localização da lesão, densidade do tecido mamário (mulheres mais jovens apresentam mamas mais densas), qualidade dos recursos técnicos e habilidade de interpretação do radiologista. A especificidade varia entre 82%, e 99% e é igualmente dependente da qualidade do exame.
Os resultados de ensaios clínicos randomizados que comparam a mortalidade em mulheres convidadas para rastreamento mamográfico com mulheres não submetidas a nenhuma intervenção são favoráveis ao uso da mamografia como método de detecção precoce capaz de reduzir a mortalidade por câncer de mama. As conclusões de estudos de meta-análise demonstram que os benefícios do uso da mamografia se referem, principalmente, a cerca de 30% de diminuição da mortalidade em mulheres acima dos 50 anos, depois de sete a nove anos de implementação de ações organizadas de rastreamento.
O Auto-Exame das MamasO INCA não estimula o auto-exame das mamas como estratégia isolada de detecção precoce do câncer de mama. A recomendação é que o exame das mamas pela própria mulher faça parte das ações de educação para a saúde que contemplem o conhecimento do próprio corpo.
As evidências científicas sugerem que o auto-exame das mamas não é eficiente para o rastreamento e não contribui para a redução da mortalidade por câncer de mama. Além disso, o auto-exame das mamas traz consigo conseqüências negativas, como aumento do número de biópsias de lesões benignas, falsa sensação de segurança nos exames falsamente negativos e impacto psicológico negativo nos exames falsamente positivos.
Portanto, o exame das mamas realizado pela própria mulher não substitui o exame físico realizado por profissional de saúde (médico ou enfermeiro) qualificado  para essa atividade.  
As Recomendações do Instituto Nacional de Câncer
Em Novembro de 2003, foi realizada a "Oficina de Trabalho para Elaboração de Recomendações ao Programa Nacional de Controle do Câncer de Mama", organizada pelo Ministério da Saúde, através do Instituto Nacional de Câncer e da Área Técnica da Saúde da Mulher, com o apoios das Sociedades Científicas afins e participação de gestores estaduais, ONG's e OG's. 
A partir dessa Oficina foi desenvolvido um Documento de Consenso para Controle do Câncer de Mama, publicado em 2004,  que contém as principais recomendações técnicas referentes à detecção precoce, ao tratamento e aos cuidados paliativos em câncer de mama, no Brasil. Confira as novas recomendações em Publicações.

Consulte a publicação Estimativa de Incidência de Câncer no Brasil para 2008.


 

terça-feira, 9 de agosto de 2011

"Abraço: remédio sem contra indicação"


CARTAS DE BUENOS AIRES

Abraço: remédio sem contra indicações

Semana que vem cerca de 100 mil turistas devem desembarcar em Buenos Aires para acompanhar o festival mundial de tango. Muitos deles querem apenas aperfeiçoar o 2x4, mas estão na verdade investindo em saúde!
Universidades do mundo inteiro começam a comprovar que o tango melhora o equilíbrio, reduz a hipertensão, diminui a ansiedade, atrasa o envelhecimento e é um complemento terapêutico para diversos males como a depressão, a esquizofrenia e, principalmente, o Alzheimer.
Duas instituições estão avançadas nas pesquisas. Uma delas é a Escola de Medicina da Universidade de Washington, nos Estados Unidos, que já comprovou que bailar tango com freqüência melhora o equilíbrio mais que outro tipo de atividade física e pode ajudar muito a pacientes com mal de Parkinson. O estudo foi publicado em 2007.
A Escola de Terapia Ocupacional de Montreal, no Canadá, também analisa os benefícios do tango para o funcionamento do cérebro, a coordenação motora e sociabilidade de pessoas idosas. Há, ainda, investigações em curso em lugares tão distantes como o Japão e a Finlândia segundo a Associação Internacional deTangoterapia (http://www.tangotherapy.org).
Mas não quero ir longe. Aqui mesmo, em Buenos Aires, há farto material. A Fundação Favaloro foi uma das primeiras a investigar o tema, em 1999, compacientes coronários e outros que haviam sofrido acidentes cerebrovasculares.
Os resultados foram compilados no livro “Con el corazón en el tango”, do cardiologista Roberto Peidro.
Mas porque o tango e não outra dança? Quem explica é o psiquiatra FedericoTrossero, no livro Tangoterapia.
Primeiro pela improvisação, o que permite a livre expressão dos sentimentos e emoções. Depois, pelo abraço intenso, que gera a liberação de neurotransmissores e hormônios que favorecem diferentes funções a nível fisiológico e cerebral. Por fim, pela intimidade e comunicação com o parceiro. 
A Fundación Amar Tango Danza desenvolve, desde 2004, um excelente trabalho com alunos com diferentes capacidades e montou um impecável balé de jovens com síndrome de Down (eles podem ser visto no documentário Mundo Alas).
Os bailarinos do Tangueros Solidários também levam alegria e saúde a geriátricos, escolas e hospitais, dançando com quem não pode ir até uma milonga. E no quarto andar no maior hospital psiquiátrico de Buenos Aires, o Borda, desde 2000 pacientes fazem passos ao ritmo do bandoneón.
Que a ciência comprove é excelente. Mas quem baila sabe, o remédio mais barato e eficaz do mundo é o abraço. E rejuvenesce. Que o diga Carmencita Calderon, que foi parceira de El cachafaz, em 1933, e bailou até os 100 anos!
 


Gisele Teixeira é jornalista. Trabalhou em Porto Alegre, Recife e Brasília. Recentemente, mudou-se de mala, cuia e coração para Buenos Aires, de onde mantém o blog Aquí me quedo, com impressões e descobrimentos sobre a capital portenha

terça-feira, 8 de fevereiro de 2011

Hipertensão e cognição




Dentre as principais dificuldades enfrentadas por indivíduos idosos, podemos citar o declínio cognitivo que, ocorrendo de forma mais acentuada, pode resultar em síndromes demenciais. Segundo dados da Sociedade Brasileira de Cardiologia, o acidente vascular encefálico (AVE) é a principal causa de morte no Brasil. Uma revisão realizada por de Freitas e Bogousslavsky (2001), demonstrou que hipertensão arterial – algo observado em até 60% dos idosos – é um dos principais fatores de risco para AVE.

Apesar da importância do AVE para o declínio do funcionamento cognitivo, diversos estudos vêm investigando relação entre hipertensão arterial e cognição em indivíduos nos quais não há AVEs mais evidentes. Os achados dos diferentes estudos revelaram-se inconsistentes, porém alguns achados apontam para a eficácia do tratamento da hipertensão arterial para a manutenção do bom funcionamento cognitivo.

Harrington e colaboradores (2000) investigaram funcionamento cognitivo em pacientes idosos (idades superiores a 70 anos) com ou sem diagnóstico de hipertensão arterial – no estudo, utilizou-se amostra de hipertensos não tratados, mas sem histórico de AVE. Os resultados demonstraram que os hipertensos não tratados apresentaram desempenho inferior aos normotensos em todas as funções cognitivas investigadas, sugerindo haver impacto da hipertensão no funcionamento cognitivo. No entanto, a boa notícia vem de estudos com pacientes hipertensos com bom controle de pressão arterial, que sugerem que estes indivíduos podem ter as funções cognitivas preservadas.