SÃO PAULO - Fumar muito na meia-idade pode aumentar até duas vezes o risco de desenvolver o mal de Alzheimer e outras formas de demência, segundo uma nova pesquisa publicada na última segunda-feira na revista Archives of Internal Medicine, que sairá em fevereiro de 2011 na edição impressa.
O finlandês Minna Rusanen, do Hospital Universitário Kuopio, e colegas dos Estados Unidos e da Europa analisaram dados de 21.123 integrantes de um sistema de saúde na Finlândia que participaram de levantamento entre 1978 e 1985, quando tinham entre 50 e 60 anos.
Diagnósticos de demência, incluindo Alzheimer (o tipo mais comum) e demência vascular (a segunda forma mais frequente), foram registrados de 1º de janeiro de 1994, quando a idade média dos voluntários era de 71,6 anos, a 31 de julho de 2008. Um total de 5.367 pessoas (25,4%) foi diagnosticado com demência, com 1.136 deles com Alzheimer e 416 com demência vascular.
Os pesquisadores observaram que, em comparação com os não fumantes, aqueles que fumaram mais de dois maços de cigarro por dia no período analisado tiveram um aumento de 157% no risco de desenvolvimento de Alzheimer e de 172% no de demência vascular. Ex-fumantes e pessoas que fumaram menos de meio maço por dia não apresentaram aumento significativo no risco dessas doenças.
A associação entre fumo e demência não variou de acordo com a raça ou o sexo dos participantes. Segundo os autores do estudo, sabe-se que o fumo é um fator de risco para acidente vascular cerebral, e o hábito pode contribuir para o risco de demência por meio de mecanismos semelhantes.
Fumar também colabora com o estresse oxidativo e inflamações, que se estima serem importantes para a ocorrência de Alzheimer. “É possível que fumar afete o desenvolvimento de demência por meio de caminhos vasculares e neurodegenerativos”, sugeriram os autores.
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